A política é sem dúvidas um jogo de xadrez, onde se joga com paciência, estratégia, concentração e sabedoria, os melhores não necessariamente são os mais fortes fisicamente ou os mais hostis, aqueles que mobilizam uma claque ou movimentam grupos para convencer pela ofensa ou o ataque, mas, principalmente, aos que conseguem preservar suas peças enquanto vão, pouco a pouco, minando as peças dos seus adversários.
O Tabuleiro Político é campo superabundante onde são colocadas as estratégicas para o duelo que promete dividir e movimentar uma cidade. De um lado, os que estão no poder e pretendem continuar, instante em que sustentam que tudo está bom e deve permanecer; do outro, os que estão fora e desejam modificar o modelo da gestão atual.
Não há dúvidas que a disputa será acirrada e que alguns ficarão pelo caminho, tudo a depender de como peças específicas serão movimentadas no xadrez político.
O período de janela partidária demonstrou o poder de articulação e a surpresa que os movimentos provocaram no tabuleiro, surpreendendo os mais experientes e demonstrando que as forças do poder se mostraram incapazes de impedir o fenômeno indesejável da mudança. É fato, que as principais peças do tabuleiro político para o Executivo e Legislativo foram alinhadas parcialmente, porém, não é tudo.
Com estratégias em curso, alguns pensam em encobrir seus planos e confundir seus adversários. Contudo, quem parar para pensar no jogo do outro, gasta muita energia e tempo para colocar suas próprias práticas em movimento.
As peças do tabuleiro se movimentam a cada instante, a cada hora, tendo o povo como espectador e parte do processo. Este jogo com peões, bispos, damas e torres precisa ser necessariamente construído pelo diálogo, consenso, confiança, paciência, harmonia, sabedoria e eficiência.
O olhar do jogador deve ser penetrante e o ouvido aguçado para reconhecer o cenário e as oportunidades, principalmente no processo de aferição da simpatia popular, do descrédito, da soberba e da falta de respeito ao próximo.
Em um jogo como o xadrez, pouco vale a sorte ou o acaso; no jogo da política, idem. Sentar para uma partida estando desprovido de uma estratégia ou abalado pelo sucesso do adversário é mais que perigoso: é fórmula certa para o fracasso.
Se no xadrez, os objetivos são progredir com as pedras, conquistar espaços no tabuleiro, capturar o rei e dessa forma, vencer o jogo. Na política, os alvos são avançar no terreno adversário, enfraquecer os adversários, conquistar espaços políticos, persuadir os eleitores e dessa forma, vencer a eleição.