A Seleção Pataxó Aktxurá Eoató foi a campeã da 2º Copa Indígena de Futebol, em partida realizada neste domingo (26), no Estádio Roberto Santos (Pituaçu), em Salvador. A equipe da Terra Indígena Coroa Vermelha, pertencente aos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, no extremo-sul da Bahia, venceu a final, com uma goleada de 5 a 2, contra a Seleção Indígena Tuxá Coité/Ibotirama, representante das comunidades do oeste baiano. O terceiro lugar ficou com a Seleção Indígena Tamandaré Tupinambá, que representou a região sul do estado, ao vencer, na disputa de pênaltis, a Seleção Indígena Tuxá Banzaê, do norte baiano.
“O povo Pataxó da nossa aldeia, o povo de Barra Velha, foi campeão da primeira etapa da Copa e hoje, na segunda etapa, campeão com o povo Pataxó da Coroa Vermelha, mas nós estamos aqui, não só apresentando o povo Pataxó, mas as 32 etnias que existem na Bahia, o 2º maior estado indígena, e participar de um evento grandioso como este é uma felicidade muito grande para todos nós”, comemorou o capitão do time campeão e chefe da aldeia Pataxó, Cacique Tururim.
A 2ª Copa Indígena de Futebol – Kwá Tepé Turusú Yapisáwa, que teve início em setembro último, foi realizada em três fases, com as etnias distribuídas geograficamente em quatro eixos: norte, sul, extremo-sul e oeste do estado. A realização da competição é considerada de grande importância pelo enfoque social e cultural.
“Foi uma copa belíssima. Mostramos a cultura dos povos indígenas, somos os povos originários do nosso estado, representamos a cultura, que é tão diversa, mas tão bonita. Com a superintendência, que fica dento da Sepromi, existe a determinação de transversalizarmos, com a Setre, a Sudesb, nesse pacote que traz uma política pública de promoção do esporte, assim como a Educação, que também é uma parceira”, agradeceu a superintendente de Políticas para os Povos Indígenas, Patrícia Pataxó.
Com investimento de cerca de R$ 350 mil, o Estado proporcionou às comunidades indígenas incentivo à prática de esporte e a integração entre os povos. “O governo do Estado compreende a grande diversidade da sua população, e os povos indígenas também praticam esportes, são amantes do futebol, apresentaram um futebol de alto nível, mobilizando as torcidas e as paixões dos seus povos. Por isso, merecem que os investimentos os alcancem”, defendeu a secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Ângela Guimarães.
A competição contou com o apoio da Federação Baiana de Desporto de Participação (FBDP), em parceria com a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), órgão vinculado à Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e a Federação Baiana de Futebol (FBF), com apoio do Esporte Clube Bahia.
“O governador Jerônimo Rodrigues já tinha determinado, e já existe uma política transversal sendo realizada. Tanto na área do esporte, do artesanato, da economia solidária, existe uma política integrada com as comunidades indígenas, os povos originários, e isso é muito importante, porque não só integra, mas faz com que as políticas públicas cheguem na ponta e com ações permanentes”, destacou o titular da Setre, Davidson Magalhães.